Conheça seis grandes obras que refletem a versatilidade e a durabilidade das rochas naturais

As rochas naturais têm sido utilizadas em construções e em projetos arquitetônicos desde o princípio da humanidade. Aspectos como a durabilidade, beleza e versatilidade, fazem das rochas materiais ideais para projetos que buscam qualidade e valor agregado.

Mas as pedras não são apenas elementos de construção, elas também detém informações valiosas sobre a história, tecnologia e cultura das épocas em que foram utilizadas. Por isso, é impossível contar a história do mundo em que vivemos sem que as rochas naturais sejam mencionadas.


Obras clássicas

Entre os exemplos de obras clássicas que incorporam rochas ornamentais em suas construções, podemos citar:

Partenon (Atenas, Grécia)

O Partenon, localizado na Acrópole de Atenas, na Grécia, é um exemplo notável de como a sociedade da época soube utilizar as rochas naturais, transformando as construções em obras artísticas impressionantes.

Partenon - Foto Pixabay

O monumento foi construído principalmente com mármore branco, que foi selecionado por sua qualidade e brilho. O material foi extraído da montanha de Pentélico, próxima a Atenas. Segundo conta a história, o mármore usado no local foi esculpido com precisão e polido para criar colunas elegantes, frisos ornamentais e esculturas em relevo.

O mármore deu ao local uma aparência luminosa e majestosa, que encanta gerações até os dias atuais. A combinação de colunas dóricas esculpidas em mármore com esculturas em relevo e frisos tornam o edifício uma obra-prima da arquitetura e da arte grega.

Palácio de Versalhes (França)

O Palácio de Versalhes, ou Château de Versailles em francês, é uma das construções mais famosas do mundo e um marco histórico importante da história internacional. Localizado na cidade de Versalhes, nos arredores de Paris, França, o palácio é conhecido por sua arquitetura deslumbrante e jardins espetaculares.

A seleção cuidadosa de diferentes tipos de mármore e outras rochas naturais, como o alabastro e o ônix, desempenhou um papel significativo na decoração do palácio. Entre os principais mármore escolhidos para ornamentação do local estão o mármore rosa de Pyrenees e mármore negro de Languedoc. Foram usados ainda mármores da Bélgica e da Grécia.

Palácio de Versalhes - Foto Pixabay

As pedras foram aplicadas em lareiras, escadarias, pisos e revestimentos, muitas vezes combinado com outros materiais como ouro e madeira. Sem dúvida nenhuma, as rochas escolhidas e os detalhes esculpidos, bem como as cores contrastantes contribuem para o luxo e requinte impressionantes do palácio.

Palácio de Versalhes - Foto Pixabay

Obras de vanguarda

Entre os exemplos de obras atuais que incorporam rochas ornamentais em suas construções, podemos citar:

Lojas Dolce & Gabbana

A Dolce & Gabbana é uma marca de moda de alto luxo que é conhecida por criar lojas conceituais e extremamente sofisticadas, que frequentemente fazem uso de materiais de alta qualidade, incluindo rochas naturais, em suas construções.


Uma das boutiques mais impressionantes da marca fica na Rue du Faubourg Saint-Honoré em Paris, na França. Idealizada pela empresa de arquitetura e design Carbondale, a loja traz uma combinação deslumbrante de mármores vermelhos, rosados, brancos e cinzas, que são usados do chão ao teto em pisos, paredes, escadarias e totens. As rochas foram aplicadas com combinações de veios, paginação em mosaicos e cortes ousados.

Loja Dolce & Gabbana - Paris. Foto site https://boutique.dolcegabbana.com/

Outra loja da marca que é um exemplo impressionante de design moderno com rochas naturais é a que fica em Londres, assinada por Gwenael Nicolas. Um dos destaques do design da boutique é o granito brasileiro Copacabana, aplicado em pisos, paredes, escadarias, além de outras rochas naturais em tons de preto e branco que deram ares de galeria de arte para o espaço.

Loja Dolce & Gabbana - Paris. Foto site https://boutique.dolcegabbana.com/

Além destas mencionadas, outras como a boutique de Tokyo, Milão e Nova York também usam e abusam das rochas naturais, criando uma atmosfera de luxo e sofisticação que reflete a identidade da grife.

Hotel Rosewood São Paulo

A primeira unidade brasileira da rede internacional de hotéis Rosewood, inaugurada em janeiro de 2022 em São Paulo, abriga cerca de 30 mil metros quadrados de rochas naturais, todas de origem nacional.

Hotel Rosewood São Paulo - Foto divulgação site

O projeto, assinado por Jean Nouvel e Philippe Starck, privilegiou os materiais naturais do país em banheiras esculpidas, bancadas, pisos, paredes e escadarias do hotel.

Entre as rochas escolhidas estão mármores da região Sul do Brasil, além de rochas exóticas e coloridas como Palomino, Blue Mare e Vitoria Regia, extraídos em várias partes do país.

Hotel Rosewood São Paulo - Foto divulgação EDM Brasil - Banheiro com pisos e bancadas em Napoléon Bordeaux e parede em Palomino


Detalhes do banheiro do lobby em Blue Mare, Palomino, Napoleon Bordeaux e Vitoria Regia

Moderno e intrinsecamente ligado à sustentabilidade, o projeto traz a geodiversidade brasileira em sua essência, aplicando as rochas com técnicas modernas de corte e acabamento, mostrando a evolução da especificação das pedras naturais em projetos de arquitetura contemporânea.


Hotel Rosewood São Paulo - Photo publicity EDM - Bathroom of the duplex suite in Michelangelo Nuvolato

Criatividade e conexão com a natureza

As rochas naturais também podem ser usadas de maneira criativa e expressiva na arte urbana, adicionando elementos de textura, cor e beleza aos ambientes das cidades, além de galerias e exposições.

Entre as obras de arte e intervenções atuais que utilizam rochas naturais, podemos citar: Dice - Carsten Höller "Dice" é uma obra de arte criada pelo artista contemporâneo alemão Carsten Höller, conhecido por suas instalações interativas e experiências sensoriais que desafiam a percepção e convidam o público a participar ativamente.

A peça, produzida em Lioz, um dos calcários mais utilizados em Portugal, é uma de suas obras mais conhecidas e exemplifica seu estilo característico.

A instalação consiste em um grande dado, como aqueles usados em jogos de tabuleiro, porém feito em grande escala, com perfurações grandes o suficientes para que uma pessoa entre e interaja com a obra.

Deconstructing the Cube - Amanda Levete

"Deconstructing the Cube" é uma instalação de arte contemporânea criada pela renomada arquiteta e designer Amanda Levete.

Deconstructing the Cube - Foto Joana Morais


Trata-se de um cubo aparentemente perfeito, com quase 2 metros de altura, criado por uma série de placas onduladas de calcário, empilhadas uma sobre as outras. Conforme o espectador se move ao redor do cubo, ele revela sua complexidade visual, criando um efeito cinético dinâmico.

A obra de arte moderna desafia as expectativas tradicionais em relação à forma do cubo. Em vez de apresentar a forma sólida e estática, a instalação explora a ideia de transformação e movimento e interage com quem está próximo a ela.

X - Mia Hägg

Outro exemplo criativo de combinação de rocha natural com arte urbana foi explorado pela arquiteta Mia Hägg na obra ‘X’.

X - Foto - Maris Mezulis

Trata-se de um bicicletário pensado para o uso urbano diário fabricado em mármore, mas que também pode ser feito em outros tipos de rochas naturais.

A peça incentiva um estilo de vida mais ecológico, com o uso das bicicletas, que é um transporte sustentável, e ao mesmo tempo reforça que um equipamento funcional do dia a dia, pode trazer a beleza e originalidade das rochas naturais de formas simples.

x_ Foto - Pedro Sadio

Esses exemplos mostram que mármores, granitos, quartzitos, ardósias e outras pedras naturais podem ser incorporados em projetos urbanos de diversas maneiras, que vão muito além de esculturas. São peças que ressaltam a funcionalidade, a sustentabilidade, a interatividade e a conexão entre as pessoas, a arte e a natureza.

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